Safra

Escoamento de soja em Rio Grande é lento

Falta de dragagem da hidrovia - feita pela última vez há três anos - acarreta em lentidão das atividades dos terminais graneleiros do Porto

Para que o porto de Rio Grande tenha atividades no ritmo ideal, falta fazer a limpeza de casa. É o que reivindicam gerentes de dois dos quatro terminais de embarque e desembarque de navios que transportam toneladas de soja todo o ano. A dragagem (desobstrução de sedimentos dos mananciais, como lodo) não é feita há três anos, visto que deveria ser realizada nas hidrovias anualmente ou sempre que necessário. O fato provocou o assoreamento do canal e, em alguns períodos, os terminais ficam com graneleiros parados por uma semana inteira. Após sete dias sem sair, três navios finalmente conseguiram deixar o terminal na tarde de terça-feira. Conforme Antônio Carlos Bacchieri, representante do terminal Bianchini, o governo federal, responsável pela dragagem, já possui os recursos para realizar o serviço. Porém, falta a licença ambiental do Ibama.

Para que o embarque e o desembarque dos exportadores ocorram tranquilamente, Bacchieri apela para que o governo estadual tome para si a tarefa de conseguir a licença. A lentidão provoca atraso na entrega, além de que os exportadores pagam taxas que chegam a 30 mil dólares para a permanência do navio. Em movimento, o terminal Bianchini faz a expedição de 2,5 mil toneladas por hora e comporta, estático, 1,150 milhão. Os grãos são exportados principalmente para o mercado chinês, que recebe a embarcação em 40 dias.

Hoje, a safra de soja é escoada por partes, durante todo o ano. José Antônio da Silva, gerente do terminal Tergrasa, também teme por 2018, quando uma nova colheita começar - entre março e maio -, já que uma espera maior traduz em mais custos. O local armazena 710 mil toneladas e escoa outras 2 milhões no período de um mês. Ao total, os navios possuem capacidade de 195 mil toneladas.

Os representantes ainda apontam para um problema que ocorre devido a uma obra federal, executada em 2011, que alterou o comprimento dos molhes do Cassino e de São José do Norte - as colunas foram igualadas, sendo que deveriam ser de tamanhos diferentes para conter os sedimentos com maior sucesso. Este impedimento fortalece a corrente transversal (puxa para dentro do mar), e, segundo Bacchieri, faz com que os navios encalhem na costa.

Em nota
A Superintendência do Porto do Rio Grande (SUPRG) informa que a obra de prolongamento dos Molhes da Barra foi executada a partir de estudos técnicos e decisões pelo governo federal. Sobre a licença ambiental, a SUPRG e o Ibama estão em constantes tratativas para que haja o mais rápido possível a renovação da licença de operação.

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